7:45
AM o celular desperta e eu prontamente
abro os olhos. A partir daquele momento uma mistura de sentimentos começou a
tomar conta de mim. Eu não sabia explicar o que acontecia apenas tentava me
acalmar e ter paciência com o relógio que no final tudo ia dar certo.
O dia
não transcorreu na forma que imaginava, talvez pela minha ansiedade eminente e
cabeça nas nuvens como tem sido ultimamente. Já de manha bem cedo cai da
bicicleta do Itaú na Cinelândia para um publico de mais de 20 pessoas que só
não aplaudiram porque fiz cara de cracudo. Ralei o cotovelo e a mão esquerda além
de ter amassado o envelope onde estava a minha certidão de nascimento ORIGINAL
que guardo a sete chaves e não deixo ninguém tocar.
Bom
se fosse só isso tudo bem!!
Na
volta para casa, tb de bike do Itaú, eu avistei o Marcelinho, mis conhecido na
Normandia por MARCHA LENTA na esquina encostado no muro com um cigarro Marlboro
na mão , exatamente na mesma pose que eu o vi em 2012 quando voltava para casa
vindo do VILA GALE onde eu tinha visto a estrela cadente mais brilhosa de todas
( na verdade ate hoje acho que foi um tiro traçante), o que me trouxe preocupação
em relação ao que estava acontecendo comigo. Conclusão que tomei: O Morrissey
tem alguma coisa para me falar!!!!
Chego
em casa, como um pão com mortadela, bebo um mate leão bem gelado antes de um
banho quente relaxador mais que não podia passar de 10 minutos infelizmente. Começo
então meu ritual de produção para grandes eventos e o meu lado Jacques Leclair
entra em jogo. Simpatizei-me com uma camisa Polo Vermelha que ganhei de
aniversario do meu irmão esse ano. Achei pertinente e lembrei que podia ser um
ponto de fixação do olhar do astro uma vez que ele é totalmente contra a matança de animais para
consumo e detesta a cor vermelha. Ate que caiu bem com minha calça 501 e meu
sapato de couro legitimo que comprei em Buenos Aires. Bem...... pelo menos foi
o que disse aquele vendedor da galeria
Pacifico que me vendeu o sapato. Cruzes nunca vi um cabelo mais crespo do que
daquele homem.
NUMMM
gosto de BUE não sei pq peguei um trauma daquele lugar. Gosto tanto das
Argentinas mais não gosto daquela cidade.
EZE à
GIG
Voltando...... a roupa caiu bem acompanhada de um relógio Citizen Ecodrive que
eu me vendi quando trabalhava na joalheria do Statendam. Fiquei parecendo o
porto riquenho Robi Rosa. Hehe
7:45
PM Outra vez o celular desperta e dessa vez anunciando a hora da saída. Só deu
tempo de pegar a carteira, o celular, a chave do carro, o ingresso , é claro e ainda dar mais
uma borrifada de Double black e vrummmmm.
Antes de pegar a linha amarela decidi
abastecer no posto IPIRANGA perto de casa.
EU- Completa
FRENTISTA- Com o Quê?
EU Pensando – Com Whisky ( fazendo cara de
deboche) .
Percebendo que eu tive a ousadia de achar que
não precisava falar, pois eles já nasceram sabendo, a frentista fez uma cara de
puta( não puta de prostituta, puta de chateada) e soltou:
FRENTISTA- Senhor, trabalhamos com 4 tipos de
combustível, gasolina, álcool, diesel e GNV, fora a gasolina aditivada, e se vc
não me disser qual combustível o seu carro consome, eu não terei como efetuar o
meu trabalho.
-Quase liguei para o Rafa da CVC pedindo
cotação para um vôo só de ida para ULAN BATOR.
“Mandandoela” tomar no cú mentalmente,
respondi GASOLINA e me dirigi para a loja de conveniência do Posto para comprar
um Gatorade de Limão e uma Pringles Original, além de um Trident de melancia e
um vidrinho de chumbinho para dar para a frentista.
Na volta para o carro, a tapadinha me
devolveu a chave e me mostrou a maquininha de cartões. Coloquei o gatorade, a
Pringles, o tal do trident e o meu celular no teto do flecha para digitar minha
senha secreta e pagar os R$ 156,76 reais da gasolina para aquela vaca. Quando
fui pegar tudo de novo me faltou mãos e eu deixei o celular cair no chão. Rachou
o vidro da tela mais felizmente não parou de funcionar. Me deu uma vontade de
catar umas pedras portuguesas e tacar nela com tanta raiva que eu estava. Sai do posto cantando pneu com o som (PASMEM)
da mamadeira cheia tocando no volume mais alto.
Linha amarela como de costume muito
engarrafada porem não chegou a ser um problema uma vez que as 21:00 e já estava
dentro do Barra shopping onde fui dar um abraço em alguns amigos queridos e
jantar um crepe de espinafre com frango e palmito do crepelocks onde eu comia
com frequência quando trabalhava na Barra.
Cheguei ao Metropolitan as 22:00 estacionei o
carro na vaga H12 e fui logo descendo para a entrada da casa para ficar o
quanto mais na frente fosse possível. Consegui um bom lugar do lado esquerdo e
esperei o tão aguardado momento da entrada do Zeca Smith no palco.
22:20 as luzes se apagaram, o som cessou e o silencio
tomou conta do planeta terra. Ouço uma voz branda dando boa noite que me levou
a outra galáxia como se eu estivesse ouvindo uma voz no telefone me pedindo
para adivinhar quem estava falando.
Eh claro que eu sabia quem era.
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