O Fim do Meio

Por mais decepcionante e surpreendente que possa parecer, o capítulo 23 se encerrou de uma forma inesperada, confesso que eu poderia ter postado mais, ter compartilhado mais  os meus pensamentos e as minhas loucuras, foram quase 4 meses intensos que mesmo que eu tivesse fotografado ou escrito sobre, ainda assim pertenceriam unicamente nas minhas lembranças.
A mudança mais espetacular de toda a minha vida, mais importante do que o intercâmbio na Nova Zelândia,  do que o trabalho em navios cruzeiro, tirei onda com a minha cara indo para a ILHA.
Foi como se eu tirasse férias da minha vida real e decidisse viver um personagem novo numa nova novela num cenário paradisíaco, com personagens novos, casa nova, trabalho novo,  várias culturas, outros idiomas,vários sons, birinights, decepções...( pq minhas novelas são sempre mexicanas?)
Acabei sendo o protagonista dessa novela e estou concorrendo ao prêmio de melhor ator naquele programa do Silvio Santos, esqueci o nome!
Na moral, sem neurose, não é papo de doideira não, mais eu fui A VOZ da Ilha Grande.
O Papa do Turismo para todos envolvidos no trade turístico da Ilha. Nenhum parafuso de barco  era apertado sem eu antes ser consultado (menos Leo), até para previsão do tempo eu era acionado ( muito menos Leo).
 Lógico que tive momentos tristes tb, a ilha não é esse paraíso todo que tentei demonstrar. Acabava a luz com freqüência, faltou água algumas vezes, faltou cerveja tb ( putz nem me fala), muito lixo, pouca infra-estrutura para o Turismo, confusões e brigas aconteciam com freqüência, altos preços, depressãozinha básica, sem contar com as picadas de mosquitos que eu tomava todos os dias.
Foi um mix de bons acontecimentos e exemplos que tornaram o capítulo 23 um dos mais importantes capítulos do Iceberg que tive o prazer de vivenciar.
Antes de virar a pagina para a esquerda queria contar sobre a grande lição que aprendi e que abriu a minha mente para mudanças e que me fez encontrar um novo sentido de direção.
O grande barato de se fazer uma viagem fora claro o conhecimento do destino são as pessoas que vc conhece ao longo do caminho e as lições que vc acaba adquirindo e passando para essas pessoas que acabam se tornando parte da sua família por um determinado tempo.
Como eu estava longe da minha rapaziada do Rio tive que escolher alguns amigos  na Ilha e é claro acabei fazendo a minha própria gangue na qual fui eleito o líder.
Meu diretor executivo para assuntos relacionados a mulheres se chama Denis Henrique, um paulista de 24 anos que conheci assim que chaguei na Ilha e que me deu uma das maiores lições de vida que recebi até hoje.
Paulista , como é conhecido  na Ilha fez aniversário dia 22 de fevereiro e me pediu para fazer a festa de niver dele no meu deck.
Ele levou algumas Chicas Argentinas, carne para churrasco e muita cerveja e precisamente as 01:14 da madrugada estourou um fogos de artifício. Completamente bêbado veio em minha direção aos prantos e falou a seguinte frase:
“ Leeeeeeo a exatos 24 anos atrás nesse mesmo horário um médico me tirou da barriga da minha mãe e me fez chorar de alegria por estar vivo. O ser humano comemora tantas datas sem grande importância para sua existência e esquece do significado do dia do aniversário. Eles comemoram até vitória de time de futebol e nem estouram fogos para sinalizar que naquele dia a alguns anos atrás vc veio ao mundo””.
UALLLLL
Ele tem razão, a data mais importante do ano devia ser comemorada da maneira mais divertida que vc possa se proporcionar. Alguns não comemoram por achar que estão ficando velhos e isso na verdade tinha que ser o principal motivo da comemoração.
Eu ensinei muito para o meu bando, mais aprendi demais com eles.
Uma vez eu estava assistindo o seriado ANOS INCRÍVEIS que passava diariamente se eu não me engano as 17:00hs na Band e  vi quando o pai do Kevin Arnold( Fred Savage) ao ver seu filho menosprezando um mendigo por achar que a informação que ele estava querendo dar não seria nada importante, o fez voltar e ouvir o que o pobre homem queria falar.
Kevin se aproximou de seu pai que disse:
“ Ninguem é pobre demais que não tenha nada a ensinar, e ninguém é rico demais que não tenha mais nada a aprender.”
Eu sabia que algo me aguardava na ilha, eu esperava de tudo, uma oportunidade de negócio, um amor, uma ideologia, só não esperava que voltaria com uma lição de vida de uma fonte “ ligeiramente singular”.
Colecionei muitas histórias, muitas lições, muitas vidas passaram pela minha, agradeço de coração a todos que fizeram parte desse capítulo. Tudo que passei me inspirou a ter mais garra e me mostrou que sempre haverá muito a ser feito, aprendido e descoberto nessa vida. Me inspirou a querer sempre mais e me mostrou principalmente que quem vive de orgulho, morre de saudades.